No  contexto do III Prêmio Reynaldo Roels, a Escola de Artes Visuais Parque Lage (EAV), conjuntamente com o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), realizaram para um grupo de participantes selecionados um seminário voltado para o debate das relações entre arte e arquitetura. Um concurso de projetos de instalação artística, a ser montada no MAC-Niterói, constituía o desfecho do seminário.
    Em resposta aos estímulos oriundos do debate produzido no seminário, da  arquitetura do museu e da paisagem de seu entorno – a Baía de Guanabara e a orla de Niterói – nossa proposta busca reagir poeticamente ao contexto político no Brasil à época, final de 2017, marcado pelo crescimento da extrema direita no país.
    Neste contexto, surge a ideia da utopia como uma espécie de véu protetivo em tempos adversos, tormentosos. Mas se a utopia remete a uma idealização sempre constrangida pela prática, pela realidade, nos interessava pensá-la enquanto uma proteção dinâmica, na forma não de uma armadura mas de um véu que como uma vela reage ao vento.
    Nesse sentido, nossa proposta de instalação se daria com o lançamento, desde o perímetro da cobertura do museu de 12 âncoras que consistiriam em cabos de aço a dependurar pedras suspensas 6m do chão. Um véu formado por redes de pesca de arrasto seria então dependurado em todo o redor do museu. Preso às âncoras, todo o conjunto apresentaria resistência em relação ao vento que sopra da baía, mas também movimento, numa espécie de coreografia em permanente acordo com a natureza ao redor.

Rio de Janeiro-RJ
Projeto: 2017
Participação no Seminário: Gregório Rosenbusch
Concepção do projeto: Gregório Rosenbusch e Mariana Meneguetti
Fotografias: Leonardo Miranda
Consultor técnico/estrutural: Ricardo Barelli (Teto Engenharia)