Este projeto localiza-se na serra de Petrópolis, numa região densamente ocupada pela Mata Atlântica denominada Rocio, a 1.000m de altitude e com clima úmido e frio na maior parte do ano. O terreno em declive desfruta, ao fundo, da passagem do Rio Cidade, que ao longo de seu percurso produz algumas piscinas naturais muito frequentadas pelos habitantes locais.
O empreendimento, idealizado por um designer e fabricante de móveis para este terreno de mais de 12.000m2, consiste na construção de um atelier com área de exposição e eventos, 5 pavilhões para hóspedes e áreas livres para desfrute da natureza e lazer. Para cada pavilhão foi convidado um escritório de arquitetura e coube a nós o projeto de um destes.
A área destinada ao nosso pavilhão possui acentuado declive, decidiu-se então produzir um pequeno pátio de chegada, assentado sobre corte de terreno recoberto com pedriscos. Este espaço antecipa a entrada ao pavilhão e configura-se como uma passagem de um chão telúrico, diretamente relacionado com o solo, para um piso elevado e tectônico, que constitui o chão do pavilhão.
A leste e a oeste do pátio de chegada e igualmente assentados sobre corte de terreno, localizam-se as áreas de apoio (cozinha e banheiro), de construção estereotômica em concreto armado.
Por sua vez, o pavilhão elevado de construção tectônica em aço e madeira, apoia-se de um lado numa cinta em concreto que delimita o corte do terreno e, de outro, sobre um par de elementos de concreto concebidos como "fundações afloradas". Estes elementos procuram expressar em sua parte visível, aflorada, uma continuidade com aquele trecho enterrado, invisível.
Distantes 13,50m entre si, estas fundações impõe a este lado do pavilhão uma condição de largo vão a vencer, em contraposição à disponibilidade de um apoio contínuo fornecido pela cinta de concreto junto ao limite com o pátio de chegada. Surge então uma fachada em treliça metálica que estabelece uma unidade tectônica entre estrutura e fechamento, de modo a vencer o vão com o menor peso em aço possível.
Esta treliça é externamente recoberta com réguas verticais de madeira de lei, expostas à intempérie e tratadas apenas com aplicação de óleo natural. Este tratamento das madeiras segue a pesquisa do cliente (designer que trabalha com madeira) que nos informa que para a longevidade da madeira não é necessário protegê-la do sol e da chuva, ao contrário, os poros da madeira precisam estar abertos para que a água absorvida na chuva possa ser expelida no sol. E o sol, na medida em que queima a madeira produz em seu tempo a calcinação natural da mesma, processo comumente acelerado pela aplicação de fogo como forma de tratamento. Neste sentido, aquilo que geralmente atribuímos ao envelhecimento da madeira pode ser entendido como resultado de um tratamento natural, fruto da ação solar.
Petrópolis/RJ - Brasil
Projeto: 2021
Arquitetura: Gregório Rosenbusch e Laura Rosenbusch
Imagens 3D: Lorran Kasesky
O empreendimento, idealizado por um designer e fabricante de móveis para este terreno de mais de 12.000m2, consiste na construção de um atelier com área de exposição e eventos, 5 pavilhões para hóspedes e áreas livres para desfrute da natureza e lazer. Para cada pavilhão foi convidado um escritório de arquitetura e coube a nós o projeto de um destes.
A área destinada ao nosso pavilhão possui acentuado declive, decidiu-se então produzir um pequeno pátio de chegada, assentado sobre corte de terreno recoberto com pedriscos. Este espaço antecipa a entrada ao pavilhão e configura-se como uma passagem de um chão telúrico, diretamente relacionado com o solo, para um piso elevado e tectônico, que constitui o chão do pavilhão.
A leste e a oeste do pátio de chegada e igualmente assentados sobre corte de terreno, localizam-se as áreas de apoio (cozinha e banheiro), de construção estereotômica em concreto armado.
Por sua vez, o pavilhão elevado de construção tectônica em aço e madeira, apoia-se de um lado numa cinta em concreto que delimita o corte do terreno e, de outro, sobre um par de elementos de concreto concebidos como "fundações afloradas". Estes elementos procuram expressar em sua parte visível, aflorada, uma continuidade com aquele trecho enterrado, invisível.
Distantes 13,50m entre si, estas fundações impõe a este lado do pavilhão uma condição de largo vão a vencer, em contraposição à disponibilidade de um apoio contínuo fornecido pela cinta de concreto junto ao limite com o pátio de chegada. Surge então uma fachada em treliça metálica que estabelece uma unidade tectônica entre estrutura e fechamento, de modo a vencer o vão com o menor peso em aço possível.
Esta treliça é externamente recoberta com réguas verticais de madeira de lei, expostas à intempérie e tratadas apenas com aplicação de óleo natural. Este tratamento das madeiras segue a pesquisa do cliente (designer que trabalha com madeira) que nos informa que para a longevidade da madeira não é necessário protegê-la do sol e da chuva, ao contrário, os poros da madeira precisam estar abertos para que a água absorvida na chuva possa ser expelida no sol. E o sol, na medida em que queima a madeira produz em seu tempo a calcinação natural da mesma, processo comumente acelerado pela aplicação de fogo como forma de tratamento. Neste sentido, aquilo que geralmente atribuímos ao envelhecimento da madeira pode ser entendido como resultado de um tratamento natural, fruto da ação solar.
Petrópolis/RJ - Brasil
Projeto: 2021
Arquitetura: Gregório Rosenbusch e Laura Rosenbusch
Imagens 3D: Lorran Kasesky