Architectural Review
2021
Matéria
O texto começa destacando um aspecto no modo devastador com que os europeus se estabeleceram no continente americano: a destruição das florestas para o extrativismo e a produção de assentamos humanos. Aquelas árvores que resistem a séculos de devastação "têm assistido as paisagens se transformarem (...) e pacientemente aceitado as mudanças que nelas temos empreendido". Beaumont destaca ainda algumas obras de arquitetura que, de certo modo, retribuem esta paciência, como a Casa na árvore (2013) do escritório 6a Architects; a casa em Cap Ferret (1998) de Lacaton e Vassal; e situa, neste panorama, a Casa Mulungu (2018).
Mais adiante na matéria, Beaumont afirma – e para nós é muito importante ter contato com esta percepção – que a Casa Mulungu se inspira na Casa de Vidro (1951) de Lina Bo Bardi. No entanto, a Casa Mulungu preserva, em seu centro, uma árvore pré-existente no terreno, por sua vez, a Casa de Vidro, originalmente construída sobre um terreno devastado, está inserida hoje entre 832 árvores, resultado de uma magnífica obra de reflorestamento empreendida por Bardi.
A autora cita ainda a Casa Curutchet (1953), em La Plata, de Le Corbusier, que recebe, após a construção, o plantio de uma árvore que toma em altura todo o pátio de acesso, até o terraço. Outro modo de relação se dá na Casa Pieris (1956) de Minnette Silva, na qual uma vegetação exuberante trepa nos pilotis, "como vinhas que trepam nos troncos de uma floresta tropical".
Com este panorama o texto de Beaumont nos ajuda a expandir a consciência crítica de nosso trabalho, e por isso somos imensamente gratos.
Disponível em: https://www.architectural-review.com/essays/round-the-tree-houses-buildings-that-circle-trees